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O crescimento impressionante dos crimes contra as mulheres, em nosso país e no mundo, está provocando uma maior mobilização das entidades femininas, movimentos sociais e de defesa dos direitos humanos, além de sindicatos e órgãos governamentais. Assim, o próximo dia 25 de novembro será o Dia Internacional da Não-Violência contra as Mulheres. “A partir daí, serão 16 dias de Ativismo Pelo Fim da Violência contra as Mulheres, estendendo-se até 10 de dezembro”, explica Vera Lúcia Castro Alves, secretária de Relações de Gênero do Sindiágua/RS. Neste ano a campanha será realizada neste período em 154 países. “No Brasil, a mobilização começa mais cedo, a 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, representando a dupla discriminação sofrida também pelas mulheres negras”, diz a diretora sindical. Em face do grande aumento da violência contra meninas, adolescentes e mulheres – que, por exemplo, culminou há poucas semanas com a morte da jovem Eloá, em São Paulo, assassinada pelo ex-namorado após muitos dias de sofrimento – vários segmentos da sociedade estão discutindo alternativas para traçar ações estratégicas de cobrança de providências do Estado. Há poucos dias houve mais um assassinato de uma menina de nove anos, ocorrido em Curitiba, cujo corpo foi abandonado em uma mala. De acordo com a Delegacia da Mulher de Curitiba, de março até o início de agosto de 2008, foram registrados 2.977 boletins de ocorrência — 24 ocorrências por dia, em média. As ocorrências mais freqüentes são lesões corporais e ameaça contra a mulher. O mesmo quadro acontece em todo o Brasil. Campanha nacional É importante que nesta luta todos estejam juntos, e a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), da Presidência da República, e a ong parceir@s estão lançando uma campanha nacional “Homens unidos pelo fim da violência contra as Mulheres”, através do site www.homenspelofimdaviolencia.com.br. Esta iniciativa integra a Campanha dos 16 Dias de Ativismo pela não Violência contra as Mulheres e faz parte da campanha mundial “Unite to End Violence Against Women”, divulgado pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon. Só homens assinam A presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, ministra Nilcéa Freire, destacou que esta iniciativa busca um diálogo específico com os homens e a idéia é que as assinaturas sejam recolhidas até o dia 6 de dezembro, que é Dia de Luta dos Homens pelo Fim da Violência Contra as Mulheres. Como a campanha é dirigida ao público masculino, é importante que somente homens assinem neste site. Ao aderirem à campanha, por meio de assinaturas, os homens se comprometem publicamente a contribuir pela implementação integral da Lei Maria da Penha (11.340/06) e pela efetivação de políticas públicas que visam o fim da violência contra as mulheres. “A meta tem que ser ambiciosa, queremos no mínimo 500 mil assinaturas”, disse a ministra. Os resultados da campanha serão divulgados em um evento com o presidente Lula, governadores, artistas, políticos, líderes comunitários, desportistas etc. Neste dia, o presidente Lula enviará “on line” as assinaturas recolhidas ao secretário-geral da ONU, e estas passarão a integrar o total de assinaturas da campanha internacional. As mulheres têm direito a uma vida livre de violência! |